domingo, 20 de julho de 2014

ADOÇÃO (PARTE 2)


Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. Romanos 8:15

A maioria das pessoas provavelmente nasceu em uma família amorosa, ao invés de ser adotado por uma. Mas no que diz respeito à família de Deus, tanto o nascimento quanto a adoção acontecem aos crentes de uma só vez. Qualquer eleito, quando crê em Jesus, nasce de novo e também é aprovado por Deus em Sua família. A palavra grega para “adoção” vem de duas palavras juntas: huios, que significa “filho”, e thesis, que significa “uma colocação”. Assim, a palavra significa “colocação em filiação”. A palavra grega é um termo jurídico que indica que aos crentes têm sido dados todos os privilégios legais de serem filhos na família de Deus. Quando Deus adota os crentes como Seus filhos, Ele coloca o Espírito de Seu Filho em seus corações para que se tornem, de fato, seus filhos natos. Como tal, eles não são apenas “adotados” (no sentido da que palavra agora transmite), mas verdadeiramente “gerados” por Deus. Deus faz “filhos de Deus” de “filhos dos homens” ( Rm 8:15; Gl 4:5; Ef 1:5).

De acordo com o Novo Testamento, todas as pessoas são pecadoras por natureza e, portanto, são chamados de “filhos da ira” (Ef 2:3). Mas pela graça de Deus, aqueles a quem Deus ama, tornam-se filhos de Deus (1 João 3:12). É do amor de Deus e também da obra do Filho de Deus que os crentes podem ser adotados na família de Deus. Enquanto os crentes são chamados filhos de Deus nas Escrituras (cf. Mt. 5:9; Rom. 8:14, 19; Gal. 3:26), o título “Filho de Deus”, quando usado para Jesus Cristo, refere-se a divindade de Cristo (Mat. 11:25-27; 16:16-17). Jesus Cristo é um em substância e glória com Deus Pai. Como a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Cristo é distinto do Pai como “o Filho unigênito.” Os crentes em Cristo, embora “adotados” como filhos de Deus, não são iguais com o Filho Divino. No entanto, através do trabalho do Filho, Deus tem aprovado os pecadores em sua família (Ef 1:4-6).

Através de Sua morte e ressurreição, Jesus destruiu o pecado e a sua pena de morte, e cobriu os crentes com a justiça necessária para o status de serem filhos de Deus. Os crentes são os beneficiários da obra de Cristo. Eles são transformados em herdeiros de Deus e se tornam co-herdeiros de Cristo (Rm 8:17). E como filhos de Deus, eles recebem o Espírito, que garante que eles são de fato filhos de Deus (Romanos 8:15; Gal. 4:6). Eles podem legitimamente chamar Deus: “Pai” (Rm 8:15-16). Embora os cristãos já estejam adotados na família de Deus (1 João 3:1), eles não irão sentir o que realmente significa ser filhos de Deus até que sejam ressuscitados dentre os mortos (Rm 8:21- 23). Só então os crentes receberão sua herança integral de seu Pai Divino, só então eles desfrutarão de viver permanentemente em Sua presença.”


Fonte: Holman Treasury of Key Bible Words de Eugene E. Carpenter e P h i l i p W . C o m f o r t . D i s p o n í v e l e m h t t p : / / bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2009/12/doutrina-adocao-novo-testamento.html.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

ADOÇÃO

ADOÇÃO

Diz o capítulo 12 da Confissão de Fé Batista 1689, em seu primeiro tópico, sobre adoção:

Em seu único Filho, Jesus Cristo, e, por causa dEle, Deus é servido fazer participantes da graça da adoção todos quantos são justificados. Por essa graça eles são recebidos no número dos filhos de Deus, e desfrutam das liberdades e privilégios dessa condição; recebem sobre si o nome de Deus; recebem o espírito de adoção; têm acesso com ousadia ao trono de graça, e clamam Aba, Pai; recebem compaixão, proteção, e a provisão de suas necessidades. E são castigados por Deus, como por um pai; porém, jamais são lançados fora, pois estão selados para o dia da redenção. E herdam as promessas, na qualidade de herdeiros da salvação eterna.

A Bíblia de estudo de Genebra comenta sobre a adoção, baseada em GL 4:5, o texto abaixo.

Gálatas 4:5: “Para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”.

O dom da justificação, isto é, a presente aceitação por Deus, o Juiz do mundo, é acompanhada pelo dom da adoção, isto é, o dom de a pessoa poder tornar-se filho do Pai Celestial (Gl 3.26;4,4-7). No mundo de Paulo, a adoção se fazia comumente de jovens adultos, homens, de bom caráter, que se tornavam herdeiros e mantinham o nome da família de pessoas ricas que, de outro modo, não teriam filhos. Paulo, contundo, proclama a adoção graciosa de Deus, que adota indivíduos de mau caráter, para se tornarem herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.17). A justificação é a benção básica sobre a qual se fundamenta a adoção; a adoção é a bênção culminante para a qual a justificação abre caminho. O status de adotado pertence a todos os que recebem Cristo (Jo 1.12). Em Cristo e através de Cristo, Deus ama seus filhos adotivos, como ama a seu Filho unigênito, e partilhará com eles a glória que Cristo usufrui agora (Rm 8.17, 38-39). Os crentes estão sob o cuidado e disciplina paternais de Deus (Mt 6.26; Hb 12.5-11). Eles devem orar a Deus que é seu próprio Pai do céu (Mt 6.5-34), expressando desse modo o instinto filial que o Espírito Santo implantou neles (Rm 8.15-17; Gl 4.6).

Adoção e regeneração constituem duas realidades que permanecem juntas, como dois aspectos da salvação assegurada por Cristo (Jo 1.12-13), porém são realidades que devem ser distinguidas entre si. A adoção resulta num novo relacionamento, enquanto que a regeneração é uma mudança de nossa natureza moral. Contudo, a conexão entre elas é clara. Deus quer que seus filhos, a quem ele ama, tenham o seu caráter e, para isso,  ele toma providências.
 Fonte: Bíblia de Estudos de Genebra, Notas Teológicas, página 1394.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

JESUS ENTROU NO SEU CORAÇÃO?




*Por Pr. Alexandre “Sacha” Mendes

“Jesus entrou no meu coração” e “Jesus limpou meu coração” são ideias comuns nas canções infantis evangélicas de hoje. Os adultos ensinam e as crianças cantam. Mas você já parou para pensar no que está por trás de frases assim? Em um mundo que se distancia cada vez mais de tudo o que a Palavra de Deus ensina, a apresentação do Evangelho ficou resumida a um conjunto de sentimentos momentâneos de uma rasa religiosidade Ocidenal. Entre outras coisas, falta estudo da Bíblia para compreender a natureza do coração humano. O resultado é gente convidando Jesus para entrar em um “lugar” desconhecido, para limpar uma suposta parte do corpo de significado místico. São pessoas que deixaram as canções de crianças, mas ainda vivem uma teologia infantil.

O coração é o centro de controle do Homem, de onde “depende toda a sua vida” (Pv 4.23). É lá que residem os pensamentos, intenções, crenças, desejos e atitudes. Esse centro do controle do homem também é chamado de mente, alma e espírito no Novo Testamento. De uma certa forma, são todos termos sinônimos, ou melhor, intercambiáveis (Ef 3.16, 17). Então, o coração faz referência ao homem interior como um todo. Tudo o que não pertence à composição física do homem faz parte do centro de controle, que é o homem interior (Mt 13.15).

Uma análise de diversas passagens bíblicas aponta o coração como centro de controle em três áreas principais: intelecto, afeição e vontade. Primariamente, o coração refere-se ao intelecto, que inclui pensamentos, crenças, lembranças, juízos, consciência e discernimento  (1 Rs 3.12; Mt 13.15; Mc 2.6; Lc 24.38; Rm 1.21; 1 Tm 1.5). Outra parte do centro de controle do homem é composta pelas afeições: os sentimentos ou emoções  (Dt 28.47; 1 Sm 1.8; Sl 20.4; 73.7; Ec 7.9; 11.9; Is 35.4; Tg 3.14;). A terceira área do coração é a vontade. A vontade é o aspecto da parte da pessoa interior que escolhe ou determina ações (Dt 23.15-16; 30.19; Js 24.15; Sl 25.12).

Porém, essas três características do coração não devem ser encaradas como entidades distintas e isoladas. O homem interior não pode ser entendido isolando suas divisões funcionais, mas na sua unidade de essência. Intelecto, afeição e vontade trabalham em cooperação mútua e não existem isoladamente. O coração é como um diamante com facetas distintas, chamadas de intelecto, afeição e vontade. Porém, todas fazem parte da mesma preciosidade: o coração. Portanto, a dinâmica do centro de controle humano envolve o pensamento como orientador do juízo de valores, que alimenta o desejo. Por sua vez, o desejo é resultado do direcionamento da vontade. E a rede de valores e desejos alimentam as afeições, que influenciam nas decisões. Essa é uma dinâmica tão difícil de descrever quanto de separar suas partes. Cada uma delas desempenha um papel importante na influência das demais.
 
Então, tudo o que é estudado com relação às diversas áreas da vida deve ser aplicado ao nível do coração, pois ele representa quem o homem verdadeiramente é (Pv 27.19). Meras mudanças comportamentais não irão promover transformação genuína na vida de ninguém. A transformação que agrada a Deus deve acontecer no nível do coração, é lá que está o real problema (2 Co 3.15) e o centro de controle de todo o homem. Somente um coração transformado pela graça de Cristo pode cumprir o propósito original da criação (2 Co 4.6).

A implicação dessa definição é que todo e qualquer problema do Homem está relacionado ao coração. Quem você irá amar mais: Deus ou a si mesmo? Somente o Espírito Santo, através da Palavra de Deus, pode revelar a verdade por trás de decisões tomadas no coração humano (Hb 4.12). Então, “Jesus entrou no seu coração”? “Jesus limpa seu coração”? Em outras palavras, quem está no comando? Jesus é Senhor sobre seus pensamentos, seus desejos e suas afeições? O Senhor Jesus está limpando seu coração num processo de renovação de sua mente? Sua vontade está direcionada para agradar a Deus? Suas emoções são despertadas pelo que é puro, santo, agradável, verdadeiro? Em outras palavras, santificação progressiva é uma realidade no nível de seu intelecto, vontade e emoção ou apenas uma doutrina de velhos e ultrapassados teólogos?

*Alexandre Mendes é conhecido como “Sacha” desde que se conhece como gente. Nascido em Belo Horizonte, cresceu em São Paulo capital e Atibaia. Sacha é formado em Economia pela Universidade São Paulo, Teologia pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida, mestre em Aconselhamento Bíblico – M.A. – pelo The Master’s College (Santa Clarita, CA, EUA) e mestrado em Divindade – M. Div. – pelo Faith Bible Seminary (Lafayette, IN, EUA). É casado com a Ana desde junho de 2007 e pai do Pedro desde julho de 2009. Atualmente Sacha serve como pastor na Igreja Batista Maranata em São José dos Campos.


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segunda-feira, 14 de julho de 2014

COMPARTILHE AS DOUTRINAS DA GRAÇA!

A Escritura nos adverte da importância do estudo cuidadoso das Sagradas Letras, assim como da importância de ensiná-las fielmente:

"Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque,fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem" - 1 Tm 4v16.

Por crermos na plena inerrância e suficiência da Escritura, cremos que sua leitura e exposição clara é essencial para guiar aqueles que não conhecem a verdade até ela, e também para restaurar e dar vitalidade àqueles que já a conhecem.

Esta tabela - abaixo - foi desenvolvida com esta mentalidade, com o objetivo de tornar o estudo das doutrinas da graça algo prático. Lendo versículo por versículo, deixando que um verso ilumine o entendimento dos demais, e assim, chegando a uma compreensão do conselho bíblico sobre o assunto. Ela é, também, um incentivo a uma argumentação mais bíblica, e a deixar de lado a discussão estéril, baseada na opinião própria.

"Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, [...] ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado" - Mt 28v19-20.


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domingo, 13 de julho de 2014

A IMUTABILIDADE DE DEUS


                       *Fabiano Rocha

Mas tu, SENHOR, permanecerás para sempre, a tua memória de geração em geração. Salmos 102:12

Os atributos de Deus podem ser definidos como comunicáveis ou incomunicáveis. Os atributos incomunicáveis são aqueles em que Deus torna-se distinto de suas criaturas. São atributos dos quais nós não participamos. Diferente dos atributos comunicáveis. Os homens foram criados à imagem e semelhança de Deus. Com isso, possuímos aspectos do ser de Deus que foram comunicados a nós. Temos condições de amar, sermos pacientes, exercer justiça e sermos bondosos, mas não podemos ser onipresentes, onipotentes, oniscientes, nem independentes (autônomos). Essa divisão do ser de Deus não quer dizer que Ele seja divido, mas é um recurso didático que possibilita uma melhor noção da forma como Deus se revelou. Um dos atributos de grande evidência em tudo aquilo que Deus realiza, e que podemos caracterizá-lo como incomunicável é a sua imutabilidade. Esse aspecto do seu caráter revela que tudo o que Deus decretou está fundamentado em sua vontade soberana e que nada do Ele que planejou fazer carece de perfeição.

 
Deus é imutável não somente em seu ser, mas também em suas perfeições, propósitos e promessas. A marca registrada dos projetos e intentos humanos é a imperfeição, as mudanças de propósitos e a alteração de planos. Nós, com freqüência precisamos ponderar e voltar atrás muitas vezes. Isso por que nossos planos são marcados por nossa limitação, imperfeição e mutabilidade. Porém em Deus não há mudança nem sombra de variação. Tudo o que Ele planejou fazer e está executando, está plenamente de acordo com o seu ser e com o seu plano traçado desde a eternidade.

O salmista, no salmo 102, demonstra por meio de contraste o que também podemos chamar de inalterabilidade de Deus. O poeta coloca de um lado a terra e o céu e do outro a pessoa de Deus. E a conclusão que chega é a pura verdade: “em tempos remotos, lançastes os fundamentos da terra, e os céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permaneces, todos eles envelhecerão como uma veste, como roupa os mudarás, e serão mudados. Tu, porém permaneces o mesmo, e os teus anos jamais terão fim”. Deus exorta o povo de Israel utilizando aspectos do seu próprio caráter imutável, quando diz por intermédio do profeta: “Porque eu, o Senhor, não mudo, por isso vós não sois consumidos” (Ml 3:6). Não havia outra razão para tanta paciência divina para com aquela nação que fora tão rebelde e obstinada. Quando lemos as narrativas históricas, vemos a longanimidade da parte de Deus para com eles. A maneira correta de se compreender aquela paciência em suportar tanta rebeldia não é olhando para os rebeldes e sim para o próprio ser de Deus. A única razão está na imutabilidade do Criador.

Essa verdade parece simples e abstrata ou até mesmo distante de uma relação prática para com tudo o que nos cerca e para com as nossas vidas. Mas imaginemos a possibilidade de Deus constantemente mudar de idéia. Ou se aquilo que prometeu há séculos atrás hoje não estivesse mais de pé! Que terror e que incerteza seriam para nós crermos em todas as suas promessas e planos. Mas não há essa possibilidade. Podemos ter a plena certeza de que tudo aquilo que Ele prometeu fazer irá cumprir e fazer acontecer de forma perfeita e imutável. Não somente porque vimos se cumprir no tempo muitas promessas feitas por Ele, mas porque Ele é perfeito e imutável.


Fabiano Rocha é pastor da Primeira Igreja Batista Reformada de Taguatinga-DF

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O QUE É UMA IGREJA BATISTA REFORMADA?

Em Que Crê Um Batista Reformado?

São Bíblicas As Doutrinas Dos Batistas Reformados?

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos”. Judas 1:3 



Freqüentemente ouve-se a pergunta: "O que é uma igreja Batista Reformada?" O propósito deste artigo é prover uma resposta sucinta, porém substancial, a esta pergunta. Dois aspectos distintos serão abordados. Em primeiro lugar, daremos uma breve definição dos termos. Em segundo, descreveremos alguns distintivos básicos das igrejas Batistas Reformadas.

UMA DEFINIÇÃO DOS TERMOS

Sob este título consideraremos o que tencionamos transmitir com os nomes "Reformada" e "Batista". "O que queremos dizer por Reformada?"

Nós temos assumido este nome "Reformada" de forma proposicional e por duas razões específicas: primeiramente porque nos ajuda a explicar algo de nossas raízes histórica e teológica. Nós mantemos um corpo de confissões teológicas comumente chamadas de Fé Reformada - aquelas verdades da Palavra de Deus que foram afirmadas pela igreja primitiva e reavivadas pela Reforma Protestante. Verdades bíblicas tais como Sola Fide (justificação somente pela fé), Sola Gratia (salvação somente pela graça de Deus), Soli Christo (Cristo somente, o Salvador dos pecadores), Sola Scriptura (a Bíblia, e somente ela, como base de fé e rática) e Soli Deo Gloria (a Deus somente, toda glória na salvação dos pecadores), entre os grandes pilares da Fé Reformada.

Talvez mais conhecida por sua doutrina da salvação, a Fé Reformada ensina (assim como ensinam as Escrituras) que, antes que o mundo fosse formado, Deus o Pai, soberanamente, escolheu certos pecadores para a salvação de acordo com o Seu beneplácito (Ef 1.3-5). A Seu próprio tempo, Deus o Filho, veio e morreu pelos pecados dos escolhidos (Jo 10.14-18). Na conversão, Deus o Espírito Santo, trabalhando em harmonia com o decreto do Pai e a morte do Filho, aplica a obra de redenção ao eleito (Tt 3.5). Quando dizemos que somos Reformados, estamos afirmando que abraçamos como bíblico, o sistema de teologia comumente chamado de doutrinas da graça - aquelas doutrinas que afirmam a depravação total do homem, a natureza incondicional da eleição, o propósito particular ou limitado da redenção, o chamamento irresistível e eficaz, e a perseverança e preservação dos santos. Muitos dos grandes nomes da história da igreja estão associados a estas doutrinas. Calvino, Knox, Bunyan, John Newton, Matthew Henry, Whitefield, Jonathan Edwards, Adoniran Judson, William Carey, Spurgeon, A.W.Pink e um exército de outros abraçaram este entendimento da salvação cristã. Enfatizamos, entretanto, que mantemos estas verdades, não simplesmente porque Calvino e outros grandes nomes da história da igreja também as abraçaram, mas porque, assim Jesus como os apóstolos, claramente as ensinaram.

A Fé Reformada, porém, abrange muito mais que a bíblica doutrina da salvação. Seus ensinos enfatizam ainda, o que concerne a outras verdades de grande importância como, por exemplo, a maneira em que nós, como crentes, devemos viver neste mundo ou, ainda, como a igreja deve levar adiante a pregação do Evangelho, ou também como conduzir nosso culto de adoração a Deus e como nossas igrejas devem ser governadas. Deste entendimento teológico emanaram grandes confissões, credos e catecismos Reformados. Entre os mais proeminentes estão os Cânones do Sínodo de Dort, a Confissão de Fé e o Catecismo de Westminster, e a Confissão de Fé e o Catecismo de Heildeberg. Nossa Confissão de Fé, a Confissão de Fé Batista Londrina publicada em 1689 (também conhecida como Segunda Confissão de Fé Batista Londrina) está profundamente enraizada nestes documentos históricos e é substancialmente similar a Confissão de Westminster. Por estas razões teológicas e históricas, nos chamamos de cristãos "Reformados".

Também usamos este termo "Reformada" de um segundo modo e por uma segunda razão: estamos buscando reformar-nos a nós mesmos e às nossas igrejas de acordo com os ensinos da Palavra de Deus, a Bíblia. Em nossos dias atuais, com freqüência ouvimos chamados de muitos púlpitos para uma reforma da igreja. Porém, tais chamados, em muitos casos, visam ao esforço de mover a igreja para ainda mais distante de suas raízes bíblicas e históricas, na direção do que é moderno, contemporâneo e a toda gama de inovações; a uma teologia centrada no homem e seus interesses físicos e seculares. Existe, sem dúvida, uma reforma em progresso mas que não é uma reforma de acordo com os padrões bíblicos, senão um atentado objetivando transformar a Casa de Deus (1 Tm 3.15) em Casa de Entretenimento. Os pecadores são mais adulados do que convictos. Felicidade e não santidade é a grande paixão do dia. Para muitos, o poder de Deus, Sua majestade e glória são omitidos, se não totalmente relegados ao esquecimento. Os Batistas Reformados estão fazendo seu alvo e ambição se posicionarem cada vez mais em alinhamento com as Escrituras. Neste sentido, as igrejas Batistas Reformadas não são estáticas. Desejamos fazer o caminho de volta às Escrituras, examinando-nos constantemente. E não o fazemos simplesmente porque os Puritanos do passado o fizeram, ou porque outras igrejas Reformadas o fazem. Nós almejamos fazer tudo o que vemos revelado em nossas Bíblias, como sendo a vontade de Cristo para Sua igreja.

"O que queremos dizer por Batista?"

O nome "Batista" é, para nós, uma forma abreviada para transmitir certas verdades. Primeiramente, queremos afirmar as verdades bíblicas com referência àqueles que devem ser batizados e, ao mesmo tempo, a maneira ou método do batismo. A Bíblia não é silenciosa nem tampouco obscura quanto a esta questão. O fato de ser o batismo exclusivo para aqueles que são discípulos, é um ensino claro e indisputável na Palavra de Deus (Mt 28.19). O mandamento sobre quem deve ser batizado não se descobre no livro de Gênesis, e sim nos Evangelhos e nas cartas apostólicas. Não existe nenhuma evidência na Palavra de Deus que possa, legitimamente, sustentar a noção de que os infantes de pais crentes devam ser batizados. Todo mandamento bíblico em particular, assim como todo exemplo e toda afirmação bíblica concernente aos candidatos ao batismo, atestam que estes devem ser somente aqueles que são convertidos.

No que concerne a forma ou método do batismo, este é, própria e biblicamente, administrado por imersão. A palavra grega comum para "imergir" ou "mergulhar" é a palavra usada em todo o Novo Testamento. O argumento de que a palavra pode ser encontrada em raríssimas ocasiões significando "derramar" ou "aspergir" é, diríamos, pedir muito. Existem palavras gregas que exprimem perfeitamente o sentido de "derramar" ou de "aspergir". De fato, existem numerosas ocasiões na Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) onde as palavras "imergir" e "aspergir" são usadas no mesmo contexto, porém, com significados distintos e separados, como as ocasiões onde o sacerdote "molha" (mergulha) o dedo no sangue e o "asperge" sobre o objeto.

O nome Batista é, em segundo lugar, usado para transmitir nossa persuasão de que somente aqueles que são genuinamente convertidos e batizados têm o direito a membresia na igreja de Cristo. A isto freqüentemente aludimos como "membresia regenerada". Uma leitura cuidadosa das epístolas do Novo Testamento demonstrará que os apóstolos presumiram serem os seus leitores, "santos", "irmãos fiéis" e "limpos por Cristo" (1 Co 1.2; Cl 1.2). Infelizmente, em nossos dias muitas são as igrejas batistas que estão mais ocupadas em ter uma membresia de pessoas que fizeram "decisões", ou uma membresia batizada, do que com uma membresia regenerada. É dever dos pastores, como de todos aqueles que pertencem a igrejas verdadeiras, se assegurarem o melhor possível, de acordo com suas habilidades, que nenhuma pessoa não convertida venha a tornar-se membro de suas igrejas.

À luz do que já temos dito, chegamos agora a uma pergunta crucial: "Como podemos

distinguir as igrejas Batistas Reformadas de outras igrejas?" Não existe uma forma rígida, padrão, para nossas igrejas, porém, nosso entendimento das Escrituras nos traz a um consenso entre as diversas igrejas locais, no que respeita a muitos temas vitais. A lista que se segue, está longe de ser exaustiva e de abranger tudo aquilo que deve caracterizar toda igreja verdadeira. A lista não inclui importantes e fundamentais interesses, tais como o amor por Cristo, anelo pela presença e pelo poder do Espírito Santo, amor verdadeiro e evidente pelos irmãos, e zelo por alcançar os perdidos. Estas coisas devem, necessariamente, marcar qualquer igreja que se considere verdadeira igreja de Cristo. Fica claro que as igrejas Batistas Reformadas devem patentear estas marcas. As que relacionamos abaixo, são marcas que se adicionam a estes interesses mais fundamentais. Ademais, intencionamos deixar claro que não descansamos sobre estes distintivos como se fossem nossos únicos meios para agradar a Deus. Poucas coisas são mais odiosas a Deus do que uma ortodoxia morta e um formalismo vazio. Os distintivos que se seguem são, de certa maneira, "verdades perdidas" que necessitam ser recuperadas nas igrejas em nossa geração.

MARCAS DISTINTIVAS DAS IGREJAS BATISTAS REFORMADAS

1. As igrejas Batistas Reformadas se distinguem pela convicção no que se refere a suficiência e autoridade da Palavra de Deus, assim como a sua inspiração, infalibilidade e inerrância. Todos os crentes crêem na inspiração e infalibilidade da Palavra de Deus. Todo verdadeiro cristão crê que a Bíblia é inspirada (literalmente, "aspirada" pelo hálito de Deus) e que ela é infalível e sem erros em todas as suas partes. Negar isto é heresia que condena a alma. Contudo, ainda que todas as verdadeiras igrejas evangélicas sustentem uma doutrina ortodoxa das Escrituras, a infeliz verdade é que nem todos os evangélicos buscam regular a vida da igreja, em todos os seus aspectos, pela Palavra de Deus. A crença comum, seja isto claramente afirmado ou não, é que a Bíblia não é um guia suficiente para ordenar a igreja. Este pensamento encontra-se subjacente em muito do que vemos nos modernos "movimentos de crescimento de igreja". Estes movimentos estão alicerçados sobre a crença comum de que a Bíblia tem pouco ou nada a dizer acerca da natureza e propósito da igreja, e, por esta razão, muitos se sentem à vontade para "re-inventar" a igreja. Parecem argumentar que Deus não tem princípios em Sua Palavra, concernentes à vida corporativa do Seu povo. Devemos, portanto, proclamar, nestes dias de apostasia, que aqueles que foram chamados e separados por Cristo para serem os pastores de Seu rebanho, devem ouvir a palavra profética de Isaías, que demanda: "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva" (Is 8.20). Os Batistas Reformados têm, pois, a convicção de que a Bíblia, e somente ela, nos diz o que a igreja deve ser e fazer (1 Tm 3.14,15). A Bíblia, e somente ela, deve regulamentar as classes de oficiais ou líderes da igreja e dizer-nos quantos devem ser, a saber, dois: presbíteros e diáconos (Fp 1.1). A ela também cabe, exclusivamente, prescrever quais devem ser as suas qualificações e suas funções (veja Atos 20, 1 Timóteo 3, Tito 1, Hebreus 13 e 1 Pedro 5). É a Bíblia, e somente ela, que nos diz o que é o culto e como ele deve ser oferecido (Jo 4.23,24). É ainda a Bíblia, e somente ela, que nos ensina quem deve ser membro da igreja de Cristo e o que esta deve requerer de seus membros (At 2.42-47; 1 Ts 5.12-14; Hb 13.17). Muitas são as igrejas conservadoras que professam crer na Bíblia e que, no entanto, não crêem o suficiente para, plenamente, se deixarem regular por ela.

2 As igrejas Batistas Reformadas se distinguem pela convicção de que a igreja existe para a glória de Deus (Ef 3.21; 5.26,27). Porque a igreja existe para a glória de Deus, o culto a Deus e Palavra de Deus devem ser centrais em sua vida. Hoje, contudo, a medida de uma igreja é tomada em termos do que ela tem para oferecer ao homem. Atende às suas necessidades? É divertida? É relaxante? Oferece entretenimento? As igrejas, entretanto, deveriam estar muito mais preocupadas com o sorriso de Deus do que com o sorriso dos homens. A igreja é a Casa de Deus (1 Tm 3.15), não a casa dos homens. Isto não quer dizer que deva ser um lugar monótono, austero, triste, destituído de sentimentos e de emoções. O lugar onde está a presença especial de Deus é, para os santos, o lugar mais glorioso da terra, e um oásis para as almas sedentas dos pecadores que queiram buscar a Deus. Não obstante a isto, o lugar da presença de Deus é também santo e solene. "Quão temível é este lugar! É a casa de Deus, a porta dos céus" (Gn 28.17). É esta convicção que explica a reverência e a seriedade com as quais nos aproximamos de Deus em nossos cultos.

3. As igrejas Batistas Reformadas se distinguem pela convicção de que a igreja local é central nos propósitos de Deus na terra (1 Tm 3.15).Organizações para-eclesiásticas, as vemos em todas as formas e por todas as partes. Vivemos dias quando cristãos que dizem possuir uma mente independente, transitam de lugar a lugar, envolvidos neste ou naquele "ministério", sem nunca se obrigarem ou assumirem responsabilidades com alguma igreja em particular. Esta atitude de "aventureiros solitários" não só é perigosa, mas totalmente contrária à mente de Deus revelada nas Escrituras (Mt 28.19,20; At 2,41,42). Alguns se escusam por afirmar que a igreja tem sido negligente em muitos aspectos e falhado no cumprimento da missão que Deus lhe incumbiu. A solução, entretanto, não é a de abandonar a igreja, mas a de buscar sua reforma e restauração bíblica. Apenas a igreja é a habitação especial de Deus por Seu Espírito entre os homens (Ef 2.22). A grande comissão das igrejas é cumprida quando pregadores do evangelho são enviados pelas igrejas para edificar novas igrejas, por meio da conversão, do batismo e do discipulado. Se você anseia por onde está a especial presença de Deus, então encontre uma igreja bíblica constituída por crentes genuínos.

4. As igrejas Batistas Reformadas têm por convicção que a pregação da Palavra de Deus é fundamental para a vida da igreja local. Como é que Deus mais freqüentemente se agrada em salvar os pecadores? Como é que Deus mais freqüentemente se agrada em exortar, desafiar, confortar e edificar os santos? Como é Cristo mais poderosamente apresentado às mentes e aos corações? Através da pregação da Palavra de Deus (1 Co 1.21; Ef 4.11-16; 2 Tm 4.1-5). Por conseguinte, os Batistas Reformados, assim como todos os crentes de mentalidade sobriamente bíblica, rejeitam as tendências atuais que secundarizam a pregação e o ensino no culto, ou mesmo substituem-nos por outros elementos, geralmente relacionados à música, dramaturgia e expressões da arte cênica. A pregação da Palavra de Deus deve ser central na adoração a Deus. O apóstolo Paulo nos adverte de que, no dia em que os crentes professos não mais tolerassem a sã doutrina, de acordo com suas próprias concupiscências cercar-se-iam de mestres para satisfazerem à "coceira" de seus ouvidos. Por esta razão, ele insta com Timóteo a que pregue a Palavra. Não devemos dar lugar à pregação ociosa, e à infidelidade de pastores que negligenciam alimentar as ovelhas. A condenação da Palavra de Deus é clara neste aspecto: "Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?" (Ez 34.2).

5. As igrejas Batistas Reformadas se distinguem pela convicção de que a salvação transforma radicalmente a vida do convertido. É trágico que tal coisa tenha que ser mencionada. Vivemos nos dias do "decisionismo" e da "fé fácil". Muitos são deixados na impressão de que converteram-se proferindo certa fórmula de oração, caminhando ao altar, levantando a mão ou assinando um cartão. Não importa se de fato romperam com o pecado e passaram a buscar uma vida de santidade (Hb 12.14). Alega-se que eles, embora vivendo para si mesmos e para o mundo, estão a caminho do céu. Muitos professores de Bíblia e pregadores populares defendem isto como a grandeza da graça de Deus. A Escritura, no entanto, diz que isto é transformar "em libertinagem a graça de nosso Deus" (Jd 4). Quando Paulo referiu-se à conversão dos crentes efésios, ele utilizou os maiores antônimos da linguagem humana para descrever a profunda mudança que teve lugar em suas vidas: "Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz" (Ef 5.8). O apóstolo retoricamente perguntou aos coríntios: "Que comunhão, da luz com as trevas?" (2 Co 6:14). Jesus, a quem proclamamos, é um grande Salvador. Ele não deixa o Seu povo morto nos seus pecados. Proclamamos que Jesus veio para salvar o Seu povo dos seus pecados (Mt 1.21). Proclamamos a verdade bíblica de que aquele que está em Cristo é nova criatura (2 Co 5.17). Anunciamos Aquele que veio para purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras (Tt 2.14). Rejeitamos a noção moderna e anti-bíblica de que uma pessoa possa abraçar a Cristo como Salvador, sem que ao mesmo tempo O tenha como seu Senhor. Em nenhum lugar das Escrituras, encontramos que Cristo possa estar dividido. Aquele que professa ter a Cristo, deverá tê-lo integralmente, em todos os seus três ofícios: Profeta, Sacerdote e Rei.

6. As igrejas Batistas Reformadas se distinguem pela convicção de que a Lei de Deus, conforme se expressa nos Dez Mandamentos, deve regulamentar a vida do crente sob a Nova Aliança (veja Jeremias 31 e l João 2). Paulo escreveu à igreja em Corinto: "A circuncisão, em si, não é nada; a incircuncisão também nada é, mas o que vale é guardar as ordenanças de Deus" (1 Co 7.19). Nesta época de cristianismo antinomista, que pouco ou nada demanda, nós afirmamos que o caminho da santidade ordenada por Deus nunca foi mudado. A lei escrita no coração do homem desde a criação é a mesma lei dos Dez Mandamentos codificada no Monte Sinai. E esta lei é, de igual maneira, escrita nos corações dos crentes do Novo Testamento.

Entre as leis de Deus, poucas são tão odiadas como o Quarto Mandamento: "Lembra-te do dia de Sábado, para o santificar" (Ex 20.8; Dt 5.12). Que Deus requer dos crentes absterem-se um dia por semana de todas as suas ocupações seculares, dedicando-o ao culto ao Senhor, é absurdo a alguns e repulsivo a outros. O pastor presbiteriano e comentarista bíblico Albert Barnes, assim escreveu: "Existe um estado de coisas nesta terra que tende a obliterar totalmente o Dia do Senhor. O Dia do Senhor tem mais inimigos nesta terra do que todas as outras instituições religiosas juntas. Confrontar-se com o inimigo aqui é mais difícil que em qualquer outra parte, porque aqui entramos em conflito não com argumentos, mas com interesses e prazeres, e o amor à indulgência e ao ganho". Concordamos com John Bunyan quando disse: "O homem demonstra seu coração e sua vida - o que ele realmente é - mais no Dia do Senhor do que em todos os demais dias da semana. Deleitar-nos no serviço a Deus em Seu Santo Dia, em vez de esperá-lo com pesar, dá-nos boa prova de uma natureza santificada". Muitos encontram-se tão cativos e absortos em seus prazeres, jogos e entretenimentos, que só pensar em deixá-los por 24 horas cada semana, com o propósito de cultuar e deleitar-se em Deus, é visto como escravidão legalista. Mas, longe de ser escravidão, para o povo de Deus, a observância espiritual do Dia do Senhor é uma ocasião de grande refrigério e ditosa liberdade. O povo de Deus ama a Sua Lei, e meditar nela é um deleite para suas almas compradas ao preço de Sangue.

7. As igrejas Batistas Reformadas se distinguem pela convicção concernente à liderança masculina na igreja. Nossa geração tem testemunhado a feminização do lar e da igreja. Deus, no principio, criou homem e mulher, e a cada um correspondeu diferentes papéis embora complementares. Ainda que ambos os sexos sejam iguais na criação e na redenção, Deus, entretanto, em Sua soberania ordenou que a liderança do lar e da igreja fosse assumida pelo homem. Aqueles cujas mentes têm sido indevidamente influenciadas por esta geração, consideram o exercício bíblico da liderança masculina na família e na igreja como algo dissonante. Quando a Bíblia é estudada cuidadosamente, depreende-se que o dever dos maridos e pais de exercerem a liderança no lar (Ef 5.22-6.4; Cl 3.18-21) não é culturalmente condicionado. Quando a Bíblia fala de homens liderando em oração, ensinando, pregando e servindo como presbíteros e diáconos (1 Tm 2.8 e 3.1), devemos dobrar-nos com corações submissos e respeitosos. A cultura, qualquer que seja, não deverá reger ou ter a última palavra na Igreja de Cristo.

8. As igrejas Batistas Reformadas se distinguem pela convicção concernente ao caráter sério da membresia da igreja. Tomamos com seriedade os deveres e responsabilidades que, como membros, assumimos. Reverenciamos a admoestação bíblica: "Não deixemos de congregar-nos..." (Hb 10.25). Em outras palavras, ser membro de uma igreja local equivale a um privilégio, e é algo significante para as igrejas Batistas Reformadas. Não esperamos que haja grande disparidade entre a assistência dos cultos do domingo pela manhã, Domingo à noite ou durante a semana. De todos os membros espera-se que estejam presentes a todos os cultos da igreja. É impossível aos membros compartilharem da vida da igreja, da maneira intencionada por Deus e, ao mesmo tempo, ausentarem-se de suas reuniões públicas sem justa causa. Reconhecemos que poucas igrejas atualmente pugnam por isto, porém, uma membresia bíblica pressupõe tal compromisso para com Deus, para com seus pastores e para com os irmãos em Cristo.

Muito mais poderia ser escrito, mas, o que aqui se lê, deverá dar ao leitor uma boa idéia do que queremos projetar quando dizemos que somos Batistas Reformados. Isto é o que o nome significa, e estas são algumas marcas que nos distinguem. Se estas verdades ecoaram em seu coração como sendo bíblicas, nós o(a) encorajamos a buscar uma igreja tal, que lhe seja lugar seguro, fiel e confiável para guiar e nutrir sua alma imortal.

(Adaptado com permissão de um sermão pregado por Jim Savastio, pastor na Igreja Batista Reformada de Louisville, Kentucky, USA)